Requisitos para o sistema Anel e Viajante

Funcionamento do sistema Anel e Viajante

Sabemos que o processo de fiação por anel, também chamado de convencional, deve sua preferência sobre outros métodos de fiação têxtil devido à sua simplicidade e, pricipalmente, à qualidade do fio rersultante da torção real transmitida pelo sistema anel/viajante.

Porém, esse sistema é considerado um limitador da produtividade no filatório de anel. Foram inventados outros sistemas para substituir o conjunto Anel/Viajante na fabricação do fio, que permitem maiores velocidades ao filatório. Todavia, a simplicidade engenhosa do sistema Anel/Viajante, como características únicas do fio fiado, ainda não foram alcançadas.

É essencial conhecer a complexa interação de todos os parâmetros do sistema para explorar completamente a produtividade do filatório de anel. 
Primeiramente o sistema anel/viajante tem as funções de transmitir torção, acumular tensão do fio e enrolá-lo na canilha. Portanto, o foco principal é a qualidade nesses tres trabalhos e a produtividade do fio.

Seguem alguns pontos para garantirmos o funcionamento correto do sistema Anel/Viajante.

O viajante deve ser escolhido para otimizar os valores de IPI (pontos grossos, pontos finos e regularidade) e pilosidade do fio. O tipo de viajante também deve ser escolhido para fazer um filme de lubrificação estável, senão temos como conseqüência o desgaste do viajante, a redução da velocidade e a troca excessiva de viajantes. O filme de lubrificação também ajuda na redução do atrito, permitindo a máxima velocidade e mínimo consumo de energia do sistema.

Especificações

A eficiência produtiva do sistema é garantida escolhendo-se corretamente o perfil do anel, acabamento do anel e do viajante. Esse cuidado ajuda a melhorar não somente a adesão do filme de lubrificação, mas também as propriedades de corrida na área mista de atrito. Os viajantes escolhidos em combinação com certos anéis e tipos de fio - com seus diferentes perfis e propriedades de formas e perfis de arame, dimensões e acabamento - devem garantir a criação do filme de lubrificação de qualidade ótima do fio. Além disso, a harmonização desses parâmetros é de extrema importância para alinhamento com o centro de gravidade e propriedades de corrida do viajante. Um deslocamento suave do viajante no anel é decisivo para evitar alto índice de quebra de fio na máquina.

Vamos detalhar alguns parâmetros importantes no sistema Anel/Viajante:

Quando o fio é defletido no viajante, as fibras da borda são arrancadas e algumas são arrastadas para o espaço entre o anel e o viajante. Ao serem espremidas na pista do anel, essas fibras formam um filme fibroso de lubrificação, que influencia substancialmente nas condições de atrito e desgaste do viajante. A longo prazo, na vida útil do anel.
 

As características da superfície do anel e do viajante devem facilitar a formação rápida do filme de lubrificação estabilizando o mesmo com boa  adesão. Um bom filme de lubrificação reduz substancialmente o desgaste do sistema, permitindo uma maior vida útil no viajante e do anel. Esse é um dos mais importantes pré-requisitos para alta produtividade e constância na qualidade do fio com o mínimo consumo de energia. 

3. Desgaste do viajante

A estabilidade posicional do viajante durante o tempo de partida também influencia a qualidade do fio, o índice de quebra de fios e o desgaste do viajante. O maior desgaste ocorre nos pico de tensão do fio.
Interessante avaliar com o estroboscópio a posição normal do viajante e a variação nos pontos de inversão do banco de fusos. Essa é apenas mais uma indicação de um aspecto do sistema anel/viajante, que influencia na qualidade total do produto final.

Observações Importantes

Através da experiência e testes práticos observamos que a combinação de diferentes perfis de flanges com diferentes  viajantes exercem forte influencia na formação e destruição do extremamente importante filme de lubrificação.  A escolha correta do anel e do viajante para o fio a ser fabricado é essencial para se obeter a melhor qualidade e menor consumo de energia.
 

Referência: Revista Spininnovation no.27 04/13 pgs 9 a 12